De pele em pele
Há algo de extremamente sedutor na ideia de rastejar sobre o teu corpo, tal serpente preguiçosa debaixo de um sol cálido e indolente. Antecipar a sensação da minha pele a roçar pela tua num movimento de onda incerta e irregular é um fascínio a que me dou o direito de sonhar e delirar quando não estás por perto, a vigiar-me os olhos que de luz e de fogo se inflamam. Na languidez do toque que se arrasta como uma folha entregue aos caprichos do vento, assim os meus dedos vagueiam, sequiosos e ao acaso pela tua pele que respira o meu desejo em ascendente rota. Colo-me. A ti. Sem pudores nem reservas, fecho os olhos e torno-me alvo da tua feroz contenção de brasa vermelha sem cinza criada, ainda. E neste momento em que ardo e me ardes, em líquido me transformo, como se o meu sangue fosse lava transbordando de mim, sem controle e sulcando rastos de fogo incandescente. Quero afogar-me na água do teu desejo, efervescer-me em ti, e sem fôlego amornar os sentidos na planície do teu peito.
1 Comments:
Como te compreendo!!! A sensação da nossa pele a tocar na pessoa amada... até doi ao pensar nisso!!
Quando passamos a mão pelo seu peito e nos sentimos seguros... colados um ao outro.
Ai ai... acalmar porque só volto a Portugal na sexta!!!
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