Sunday, February 13, 2005

Da névoa...

Gostava de liquefazer-me em gotículas de nevoeiro leve e denso, povoar um universo repleto de vazios e elevar-me a uma nuvem ávida de humidade. Queria procurar aí a plenitude de um sorriso, a alegria de um olhar doce de promessas e de sonhos secretos sedentos de serem partilhados. Desejava sentir uma mão estendida a cada impulso que me tenta para o abismo e me ameaça em noites de silêncio surdo, imenso, entranhando-se na minha pele e deixando-me encolhida de medo. Ansiava sentir-me invadida por uma luz solar morna e lenta que atravessasse todo o meu corpo lânguido de preguiça em existir. Amaria um rosto que me transportasse a uma caixinha de segredos de um mundo mágico de luz e de leveza onde só a nossa essência existisse, intemporal, perene, irreal... desfaço-me em lágrima solitária que desagua cansada de percorrer um vale onde sabe que vai morrer de distracção.

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